sexta-feira, 15 de abril de 2011

Música: Slippery When Wet, Bon Jovi (1986)




Slippery When Wet é o terceiro álbum de estúdio da banda lançado em 18 de Agosto de 1986. Particularmente, é um dos melhores álbuns que já produziram ao longo de toda a sua trajetória e considerado um dos 200 álbuns definitivos do Rock and Roll Hall of Fame.

Sabe-se que, na época, Jon Bon Jovi não queria incluir "Livin' On a Prayer" (que se tornaria um dos maiores sucessos da banda em todos os tempos) no álbum, e que o mesmo só a aceitou graças ao esforço de Richie Sambora em convencê-lo sobre o potencial da música. Apesar disso, muitos fãs lamentam até hoje o fato da música "Edge Of A Broken Heart" não ter entrado no álbum. Atualmente, o próprio demonstrou concordar com tal opinião, reconhecendo que a música poderia ter sido um tremendo sucesso.

O álbum vendeu 28 milhões de cópias mundialmente. Na turnê que se seguiu, Jon Bon Jovi começou a ter dificuldades vocais. As notas extremamente altas e constantes danificaram sua voz permanentemente. Com a ajuda de um técnico vocal, Jon e os outros integrantes da banda continuaram a turnê.

1. Let It Rock: A música começa com uma crescente base na guitarra que dá origem a uma bela variação de notas produzidas por David Bryan no teclado. A base se estende enquanto vai se desenhando notas variadas, fechando-se para que o coro começasse com a bateria, o baixo, e um riff diferente na guitarra. Ao decorrer da música, nota-se a inconfundível pegada hard rock de Richie Sambora na guitarra presente nos anos 80 com alavancadas e bases ligeiramente pesadas, a voz rouca de Jon Bon Jovi acompanhada pelos backing vocals de Richie e David e as batidas fortes da bateria por Tico Torres. O solo é composto de técnicas magníficas reproduzidas pelo Sambora, que faz questão de começar com a utilização da alavanca, a arrastar a palheta pelas cordas, usar 'two-hands' (técnica utilizada quando as duas mãos se encontram nas casas, apertando, martelando as notas) e bends variados. A música vai terminando em fade out com o coro puxado por Jon Bon Jovi, assim como acontece no refrão.

2. You Give Love a Bad Name: Um dos maiores sucessos da banda que ganha prestígio até hoje, reconhecida mundialmente até mesmo no mundo dos games, onde a faixa está inclusa no jogo Guitar Hero 5.


"Shot throught the heart, and you're to blame, darling you give love a bad name!" - É o coro que dá início a clássica música de hard rock, sendo logo reconhecida pela inconfundível introdução na guitarra que marca a década de 1980, mencionada até hoje como um exemplo do estilo daquela época. As linhas de baixo, as batidas da bateria e a roquidão vocal de Jon Bon Jovi trazem vida a canção, sem contar a guitarra de Richie Sambora que mais uma vez surpreende a todos com seus exuberantes solos. Sem dúvida é uma das melhores canções daquele tempo que agitam o público até hoje em qualquer lugar do mundo.


3. Livin' On a Prayer: Considerada o hino da banda e uma das melhores canções que definitivamente marcou o mundo inteiro, conta a história de Tommy e Gina, um casal que passa por dificuldades e precisam se manter firme por meio do amor, da fé, e esperança de uma vida melhor. A música é iniciada pelos teclados em fade in criando lentamente um cenário crescente, atravessado pela linha de baixo e pela marcação da bateria. O uso do talk box por Richie Sambora dá a sensação de uma distorção vazada na guitarra, resultando em uma excelente introdução. A ponte é uma das partes fundamentais onde todos os instrumentos parecem crescer juntamente com os vocais. Quando fui ao show da banda no Morumbi em Outubro de 2010, percebi a mudança na distorção da guitarra, a troca de marcação da bateria e mais notas tocadas no baixo nessa ponte que liga diretamente ao refrão.



O solo. Bem, como guitarrista posso afirmar que o solo de Livin' On a Prayer é bem fácil, não é nada complicado. A única coisa que pode alterar é o efeito do talk box e da distorção ao tocá-lo, mas a técnica aplicada continua sendo bem simples de desenvolver. Entretanto, é impressionante notar que um solo tão simples de quase 20 segundos possa ser considerado, merecidamente, um dos melhores solos da história do hard rock.

Após o solo outra ponte liga-se ao refrão, só que agora subindo um tom. A música continua crescendo principalmente nos vocais, até que é deixada em fade out. Para mim (como fã e como músico) é uma das melhores músicas já produzidas no mundo todo, sem exagero.

4. Social Disease: Uma das poucas músicas que não tenho a mesma apreciação em relação as outras, e não tendo também destaque e interesse até mesmo por parte da banda. A música começa com estranhos sussurros e gemidos de mulheres dando abertura para a guitarra entrar, juntamente com a banda toda incluindo instrumentos de sopro. Ela é basicamente marcada por 'pull-off' (técnica aplicada na guitarra), pela bateria e pelos trompetes. Uma mistura de instrumentos que não mostram diferenças anormais quanto ao estilo hard rock, ou seja, não foge muito do padrão da banda mas também não é um sucesso.


5. Wanted Dead Or Alive: Essa sim é um grande sucesso, um clássico, uma das melhores músicas da banda e também considerada um hino assim como Livin' On a Prayer. Trazendo todo o estilo country para dentro do hard rock, a canção começa com os teclados e o violão de 12 cordas fazendo a introdução conhecida no mundo todo. A música se desenvolve em perfeitas rimas com a realidade dos cowboys procurados vivos ou mortos, que viajam para diferentes lugares, passam pelas estradas, conhecem novas pessoas e tomam rumos diferentes. A introdução e os acordes são repetidos várias vezes com algumas variações de guitarra entre os dedilhados do violão.


Mais uma vez Richie Sambora surpreende no solo, com uma pegada bem trabalhada. Particularmente, como guitarrista consegui tirar o solo, mas igual ele ninguém faz. Resumidamente o solo quebra a simplicidade do violão com uma distorção pesada, dando a música um sentimento maior e inesperado. A música termina exatamente como começou, porém de forma mais lenta e finalizando com um belo Ré Maior (D) no violão de 12 cordas.


Ela está na lista de músicas do jogo Rock Band. Segundo o baterista Tico Torres, essa foi uma das melhores composições que já fizeram pois descreve perfeitamente a história verdadeira da banda.

6. Raise Your Hands: "Oooh, raise your hands!" - Uma música empolgante da banda que coloca qualquer um para cima e a inevitável vontade de levantar suas mãos, como diz o Jon, tocar o céu. Ela já começa com um riff pesado na guitarra, a bateria crescendo e o vocal surgindo em um grito forte, desenrolando a música nos teclados de David Bryan em harmonia com as notas soltas na guitarra de Richie. Uma composição sensacional que demonstra um resultado ainda maior nas apresentações ao vivo, onde o público interage erguendo as mãos, cantando e acompanhando os backings. Sem contar que, ao ver esse solo ser tocado em um dos dvd's que possuo da banda, fiquei impressionado com a técnica utilizada! Sem dúvidas um trabalho profissional, um guitarrista que sempre soube o que estava fazendo.


7. Without Love: Uma balada boa de se curtir, uma letra bonita que fala que não há nada sem amor e de uma paixão guardada pelo medo que agora não iria mais existir. Ao mesmo tempo a música parece ser bem tranquila como também é bem agitada na bateria, porém o vocal de Jon e os backings de Richie seguram a emoção da música e sua essência. Não é a minha preferida nem de longe mas para quem curte o estilo 'balada-romântica' de Bon Jovi, vale a pena ouvir.

8. I'd Die For You: Excelente produção que resgata até mesmo uma semelhança com "Runaway", primeiro single da banda. O teclado começa a música com a inserção da guitarra e bateria em conjunto, formando uma melodia empolgante enquanto a letra trata de passar o romantismo. A voz de Jon Bon Jovi comanda o tempo todo ao lado dos vocais agudos de David e Richie, sendo que o ritmo da bateria é constante, mantendo-se igual desde o início.

Sinceramente eu gosto muito da música, mas prefiro a versão acústica tocada no show de Yokohama em 1996. O violão, o teclado e a percussão de Tico Torres trazem algo mais suave que se encaixa bem na letra.


9. Wild In The Streets: Uma história de vida contada nos versos, uma diversão nos teclados e nos solos de guitarra e uma leve batida sem muita distorção como nas outras músicas do álbum. A música praticamente se trata apenas de contar essa história, da juventude, do instinto selvagem e outras coisas de adolescentes que faziam na cidade. Segue-se a mesma linha de acordes, a mesma batida e vocal na música valorizando mais a letra do que os próprios instrumentos, que na minha opinião se torna uma das músicas mais fracas do disco.


10. Never Say Goodbye: Por muitos visto como uma baladinha melosa, por outros como uma música bonita. A música pode não ter lá suas variações loucas de notas, pode ter apenas o riff de introdução seguido por uma batida bem lenta ou até mesmo apenas os 4/5 acordes no decorrer da música. Mas foi um grande sucesso para a banda. Tenho um amigo que não suporta a música, afirmando ser muito chata. Bem, cada um tem a sua opinião e para mim, é uma música que valorizo muito principalmente por se basear em amizades e nunca dizer adeus para elas, mesmo estando longe. O vocal de Jon torna-se impecável, a voz de Richie acompanhando no refrão torna a música ainda mais bonita e o solo é viciante para quem o realiza na guitarra. É uma das músicas que a banda preza por serem tão unidos, talvez influenciando até eles mesmos por levarem essa amizade há mais de 30 anos.


Essa foi a minha análise crítica ao álbum Slippery When Wet da banda estadunidense: Bon Jovi. Em breve teremos outras análises de outras bandas. Fique ligado!

3 comentários:

Unknown disse...

Perfeitas as descrições cara! aepsar de não ser guitarrista.Porém,acho Wild in The Streets boa! principalmente ao vivo!

Unknown disse...

Você tá de parabéns, a análise esta ótima!!!!
Continue assim e explore outras bandas também, vai ser interessante =D

Unknown disse...

Enfim uma crítica honesta e imparcial sobre o Bon Jovi!Parabéns!!